Neurofisiologia da Meditação

 

Você precisa saber como a prática de meditação afeta seu corpo e sua mente, funcionando como um tratamento eficaz para sua ansiedade e outros transtornos psicológicos e também para algumas enfermidades físicas.

 

A neurofisiologia da meditação diz respeito a interação entre a mente o corpo e a prática meditativa. O sistema nervoso responde aos estímulos que você envia para ele. Quando você está com raiva, com medo, sentindo ansiedade ou depressão, seus pensamentos produzem respostas emocionais em seu corpo.

 

Toda a interação é feita no sistema nervoso com a liberação de hormônios que causam bem-estar ou sofrimento e enfermidades.

 

Mas, o que é Meditação?

É um estado de contemplação e atenção no momento presente, aqui e agora. As práticas para meditar são métodos para você alcançar esse estado de espírito.
Por muito tempo, a cultura ocidental teve dificuldade em entender o processo meditativo porque sempre o considerou dentro da estrutura mística.
Hoje se sabe que as práticas meditativas são recursos eficientes para a saúde integral, Atuando de modo saudável no corpo, na mente e emoções, trazendo autoconsciência e qualidade de vida.

Pesquisas da neurociência comprovam a eficácia das práticas meditativas.

A meditação tem sido recomendada tanto como terapia e tratamento complementar, quanto como um exercício para o treinamento e aprimoramento da mente. Como resultado, ela proporciona ao praticante uma série de benefícios: melhora significativa da memória, maior capacidade de concentração, relaxamento, autocontrole, autoconhecimento, conscientização e mudança de padrões de pensamentos e comportamentos prejudiciais à pessoa e ao ambiente familiar e profissional nos quais ela está inserida.

Uma pesquisa, realizada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, avaliou os efeitos da meditação intensiva no cérebro. “Tem muitos benefícios imunológicos, muitos benefícios psicológicos, tem muitos benefícios psiquiátricos, cardiovasculares, sem dúvida nenhuma. Provavelmente, tudo beneficia na meditação”, afirma o neurologista João Radvany, do Hospital Albert Einstein.

“Para um iniciante, o grande ganho é aprender a relaxar e ao mesmo tempo manter a atenção. Não é simplesmente relaxar para dormir, mas é relaxar a tal ponto que você consegue desempenhar as suas atividades e, muitas vezes,  até melhor do que antes que você não praticava a meditação”, conta a pesquisadora Elisa Kozasa, do Instituto do Cérebro, do Hospital Albert Einstein.
Na Universidade de Brasília (UnB), outra pesquisa está avaliando os efeitos da meditação no cérebro de pacientes do hospital universitário, que tiveram câncer de mama.

“Ela (a meditação) deprime as emoções negativas, reduz os hormônios do estresse, aumenta os hormônios como a melatonina, que é um hormônio que ativa o sistema imunitário, deprime as células tumorais. Então, o sistema de defesa, os três sistemas das pessoas começam a funcionar de maneira normal, de maneira equilibrada, de maneira harmônica, de maneira plena. E vem a cura”, aponta o professor titular de Imunologia Carlos Eduardo Tosta, da UnB.

Tudo indica que a prática da meditação reduz a ansiedade e o estresse. “Cortisol é o hormônio do estresse. Com a diminuição do cortisol, há também a diminuição do estresse, no caso, não só psíquico, mas também do estresse físico. O organismo é muito atingido pelo estresse e por esses tumores que começam a se reproduzir”, declara o psiquiatra Juarez Castellar, da UnB.

A prática meditativa ativa a mente abstrata, que é intuitiva e tem a percepção de totalidade. É atemporal e espacial, artística e criativa, lembrando que nosso cérebro é constituído por dois hemisférios. O direito é responsável pelo lado esquerdo do corpo e pela mente abstrata e o hemisfério esquerdo o responsável pelo lado direito do corpo e pela mente racional. A ênfase ao raciocínio lógico e ao pensamento linear que pertencem à mente racional resultam em falta de flexibilidade e excesso de limitações para mudanças e atitudes proativas.

Enfim, quando você pratica meditação, sua mente é capaz de aumentar a percepção e a autoconsciência, diminuindo o fluxo de pensamentos e ampliando a capacidade de adquirir novos conhecimentos.